segunda-feira, 18 de maio de 2009

Revolucionemos o mundo com a literatura!

"O autor está vivo enquanto é lido".
Essa afirmação me causou uma crise existencial monstruosa. Eu, euzinha aqui, estou quase morta? Estou tendo uma sobrevida?? Eu estou como aquele décimo quinto copo de cerveja. Meio cheio ou meio vazio? Meio viva ou meio morta? Shakespeare está vivo! Quem sabe eu não chamo o nobre cavalheiro para tomar um milk-shake mais tarde? (pegaram?)
Quase desisti de escrever, quase deletei meu blog. Auto-suicídio, como dizem por aí. Virtual. Me rendeu 3 sessões de terapia.
Não larguei de mão porque não me sinto morta sendo lida ocasionalmente por amigos entre o trabalho de Literatura Brasileira 37 ou a prova de "higiene bucal". Me sinto viva porque gosto do que escrevo, porque mesmo que ninguém leia, eu leio. Eu leio, me critico, me corrijo, edito o post.
Me sinto viva porque escrever me faz um bem tremendo. Inclusive lançarei qualquer hora dessas o projeto "Troque as drogas por um blog"... O efeito é bem parecido... Uma certa dependência, uma autocrítica, uma alegria enorme correndo após o post enviado.
É. Eu posso não chamar o nada para tomar um choppinho, Paulie... Mas se você quiser ir comigo a gente debate sobre literatura e essas coisas da vida e da imaginação!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Prático, normal....

Aonde está escondida a genialiadade?
Reelaboro a minha pergunta. Existe a genialidade?
Aquela centelha na escuridão do cotidiano. Falas escritas e faladas, até cantadas, que nos arrancam um sorriso imediato. Aquela sensação de invejinha criativa "Por que não eu?".
Eu ouvi que não existe uma genialidade, ouvi que não existe um dom literário. Que Drummond e Machado eram pessoas como eu, você ou a moça da banca de jornal que fala 'Praza'.
Eu ouvi que a vida é assim, que as coisas são assim. Que a gente se enche do trabalho, mas trabalha; que a gente não gosta do que fazemos na faculdade, mas estudamos.
Ouvi dizer que é normal ser medíocre. Ouvi dizer que é prático deixar de se importar. Ouvi dizer que é prático e normal nos agarramos à carne do coelhinho, fugir das perigosas pontas de seus finos pêlos.
Mas também ouvi outras coisas. Ouvi que vale a pena, ouvi que ser normal está fora de moda.
Ouvi dizer que um gênio dizia por aí "tenho o maior medo dessa coisa de ser normal".
Ouvi dizer que Machado é um exemplo até hoje. Ouvi dizer que poesia não tem lógica, não é normal.
Ouvi dizer que a genialidade é aquela nata que bóia no medíocre leite.
Ouvi dizer que não se pode deixar que o medo nos tire tudo o que desejamos desejar. Tudo o que sabemos que podemos alcançar. Não podemos descer da ponta dos fios só porque lá venta muito e podemos cair. Temos medo de cair, temos medo de sermos chamados de malucos por quem já está lá confortável na ilusão quentinha do corpo do coelhinho.
Ouvi dizer que rirão de nós. Ouvi dizer que acharão tudo isso desnecessário.
Mas ainda concordo com quem me disse que ainda vale a pena lutar por essa maluquice. Lutar para fugir dessa normalidade comprada.
E você, se for normal, pode até me chamar de maluco ou sonhadora. Mas eu não sou a única.