Algumas coisas que nos teletransportam pra láá das lembranças dos nossos anos dourados na infância são maravilhoosas.
Você pára cansado seu carro num sinal inconveniente e uma criança brincando com uns bonequinhos no carro ao lado te levam de volta 30 anos, em direção àquele menininho levado que não se continha dentro de carros e perguntava toda hora se já estavam chegando. Menos na escola.
Aquela praia que era atravessada correndo agora te tem sentada, calma, para o mar que já não parece tão convidativo com suas águas que agora parecem mais geladas e menos doces. Mas você não pode se prender ao mar nem às lembranças, os seus três filhos estão brincando na beira e dois deles começaram a trocar socos e empurrões. Um dos brigões é sua menininha. Anda, vai lá, levanta antes que alguém se afogue.
Um cheiro leva você de volta a cozinha da vovó fazendo aquele bolo preferido. E era surpresa, então sai correndo de volta pro jardim. Ou lembra aquele quarto em que parecia que o mundo era inofensivo e só girava lá fora. Aqueles lençóis que passaram tanto tempo com você e que depois de alguns anos pararam de cobrir aquela cama. O que será que aconteceu com aqueles lençóis? Você chegou a pedí-los especiais no testamento e eles se foram?
Os cabelos da "tia" da creche parecem os cabelos da sua mãe. Os olhos enchem d'água e você tem vontade de deitar no colo desses cabelos por não poder mais deitar no da sua mãe.
Lembranças lembranças. Te mostram como é doce aquela criança que você esqueceu (não, ainda não está na hora de buscá-lo no colégio). Antes, as provas, os amores, as festas. Depois os compromissos, as contas, o horário apertado do trabalho, as novas crianças, foram empurrando o seu pequeno "eu" (não eu, você) lá pro canto, como suas bonecas no fundo do armário, daonde ele ainda sai contente quando vê algo que goste e que o lembre a você.
E aí está a felicidade. O reencontro de dois importantes "eu" (não eu, você), felizes por sentirem a mesma coisa, por verem a alegria num mesmo ponto.
Vamos lá, o sinal reabriu, a criança do carro ao lado já desapareceu no trânsito "and if I stay there too long I'll probable break down and cry".
3 comentários:
Belíssimo texto,com uma forte característica saudosista(Casimiro de Abreu?).Adoro isso,falar sobre a infância e de como a nossa vida muda ao longo dos anos(eu bem que poderia ter escito este texto).Bem,em resposta ao título e ao conteúdo como um todo,eu diria apenas: "Don't cry"
hahaha
"Que saudade que eu tenho, da aurora da minha vida,da minha infância querida que os anos não trazem mais"
Bjs,Paulie!!!
ok.
Eu não só quero ,mas como preciso voltar a doce e tão calma infância...
Onde tudo era só uma doce fantasia!
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