sábado, 29 de janeiro de 2011

intraduzível


Saudade. Não se deixa de traduzir 'saudade' para outros idiomas por falta de vontade, não. Não se traduz porque é realmente um trabalho hercúleo, ou melhor, divino.
Por isso nem sei se esse bichinho mexendo dentro do meu peito é saudade. Se for, é saudade de Araras, saudade da coruja da árvore da praia. Saudade das viagens a Paris, dos beijos de cinema na carruagem.
Saudade de ir correndo atrasada pro colégio e da emoção da primeira tatuagem.
Se for saudade é saudade dos bailes no castelo e do sol na beira da piscina. Saudade do monte de roupas de Barbie e do cheiro de calor do amante latino.
Se for saudade mesmo é saudade de cantar na beira do palco dos Beatles e correr pelos montes até os Ventos Uivantes.
Se for saudade é saudade de tudo que vivi, pessoalmente ou não.
Se for saudade, que fique por aqui me fazendo companhia quando ninguém mais fizer.

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