quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Juventude

Eu, particularmente, sou uma criatura idosa em vários sentidos (embora esteja nos vinte e poucos), mas hoje percebi o que é a juventude duradoura.
Conheci (ok, ouvi e bisbilhotei a conversa dela no celular no ônibus, com uma amiga) a Mercedes.
Mercedes é uma jovem senhora na carteira de identidade, mas uma menina no espírito!
Mercedes veio do friozinho do sul para o calorão aqui do sudeste há pouco mais de um ano, mas já se sente em casa!
Ela me contou cofcof que estava em um novo emprego aqui no Rio, um emprego dentro da sua área. Está muito animada, porque aqui no Rio só tinha conseguido emprego em loja e isso ninguém quer nem na idade do RG nem na da cabeça.
Ficou muito feliz por ter conseguido antes mesmo de acabar o aviso na loja e ficou feliz porque a gerente adorou a sua postura, além do seu curriculo. Como não ia adorar, Mercedes? Vocês do sul são realmente muito finos e aristocráticos!
O novo emprego é um pequeno hotel no Leblon e Mercedes está transbordando de animação porque finalmente vai pegar o ritmo de trabalho e aprender milhares de coisas novas. Além disso, ela sai cedo e ainda vai conseguir pegar uma praia!
Mercedes disse que esse emprego é só o primeiro degrauzinho da nova carreira no Rio, pois o salário não é dos melhores e ela tem um filho levado para terminar de criar! Mas vai agarrar com unhas e dentes e se dedicar, como sempre faz, para aproveitar a bela oportunidade!
Aliás, ela só estará de ônibus até mês que vem, quando vai comprar uma nova bicicleta para ir trabalhar do jeito que ela gosta! Mas essa bicicleta o filho não pega, já quebrou duas caindo e dando um belo susto na mamãe amorosa!
Boa sorte, Mercedes (ou seja qual for o seu nome)!
E obrigada pela lição de vida.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria!

Dou minha alma, rio, choro, durmo no ônibus. Vivo a minha vida louca, não preciso ir pra califórnia pra ser artista de cinema.
Sou artista aqui. Atriz e diretora da minha vida.
NÃO, eu não vou ser piegas. Relaxa! O atriz e diretora aqui estão mais para "aumento mas não invento!".
Calma, vou explicar.
Todos os escritores decentes do planeta dizem que escrevem para colocar pra fora, mesmo. Porque precisam, não compartilhar, não de fãs nem admiradores, mas de paz interior. E euzinha, que soy muy decentita, também sempre digo que escrevo pra me livrar de tudo que está sufocando aqui na cabeça.
Entãão, se escrever uma história é romancear a vida, é exatamente isso que eu faço todos os dias.
Você me conta uma coisa, eu guardo pra mim a cena repintada em palavras que se encaixam perfeitamente e expressões dignas de Jack Nicholson. Vivo reparando em telefonemas e suspiros alheios pela rua para imaginar grandes tramas dantescas, só pra mim. Taí porque prefiro andar de ônibus do que de metrô.... Muuuuito mais potencial!
Nem começa a falar que é pra fugir, que a minha vida é desinteressante, que eu não olho pro meu rabo, blá blá blá.
Primeiro, eu sempre verifico o rabo pelo espelho antes de sair; segundo, a minha vida é interessantíssima! Eu me divirto, eu altero passagens, eu penso antes de falar para tentar não alterar tanto... Eu ensino as pessoas a não andarem com os pés no chão e estou sempre por um triz!
Eu não sei qual o nome dessa doença, mas quero morrer com ela... Quero morrer com a fantasia, com a imaginação, com o encantamento, com o romance!
Que fechem as cortinas e acendam as luzes quando eu terminar, mas fico com as palmas silenciosas contidas nos sorrisos!

Qualquer dia escrevo a minha história e a de todas as pessoas e fico rica com isso!