quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bonjour ma belle!

Querida, fiquei muito triste ao ler sua última carta.
Gostaria de ainda estar aí ao seu lado para poder te lembrar que o mundo está nas suas mãos e te mostrar que todos esses medos são tolos.
Quem já te parou na rua e criticou sua roupa ou seu cabelo despenteado de manhã? Quantas risadas de pessoas que apontavam pra você já contou? Querida, me dói dizer isso, mas as pessoas não estão preocupadas se a sua blusa não está passada ou se você não lava o cabelo desde terça. As pessoas estão preocupadas com seus problemas e, pra elas, você não é importante. Que ego esse seu, hein? Desde que você não saia pelada, incentivo que saia do jeito que quiser!
E quanto às decepções...
Querida, eu sempre te disse que a vida é feita de decepções, não? Decepções e conquistas! Queria saber quando você deixou de ser minha jovem Werther. Você, que costumava respirar amor, sorrir feito criança na frente da árvore repleta de presentes, acabou se percebendo alguém tão ressentida a ponto de não achar mais graça nos pequenos flertes, nas pequenas conquistas.
Me alegro em saber que você conseguiu aquela entrevista com a Martha! Minha rede de contatos ainda está de pé! Agora sabemos que é questão de tempo até que consiga um texto aqui, outro ali. Está no caminho certo, minha querida, como sempre esteve! (Consegui outra entrevista pra você aqui também, mas não fique ansiosa demais! E isso é assunto pra depois...)
Por falar em tempo, repare que tem outro envelope separado desta carta, das fotos, postais e suas "pequenas lembrancinhas". Vai lá, abra!
Sim, querida, chegou a hora de você vir me visitar! Terminei meus projetos maiores, encaminhei os outros. Você termina a faculdade e já é agora a pupila da Martha, além de minha. (Bom, isso era segredo, eu ia te contar enquanto tomássemos aquele belo café que você sempre ouviu tão bem e quer provar, mas não me contive! Babi me contou que a Martha adorou você, adorou os três textos que você mandou para o e-mail e achou a sua idéia para o livro uma das mais originais que ela já ouviu. Tenho mais algumas novidades, mas você saberá na hora certa!)
Então, continuando, agora que estamos organizados você já pode vir passar a sua temporada aqui comigo! Fique o tempo que quiser, vamos conhecer todo esse velho continente!
Estou morrendo de saudade, afinal parece que aperta quando se aproxima e se concretiza a sua vinda, assim como ficamos com mais vontade de fazer xixi assim que abrimos a porta de casa.
Pense bem sobre sua alma wertheriana! Se não conseguir mais encontrar aquela menina intensa, deixe que eu te conto como ela é!
Se cuida e termina esse semestre com o maior empenho, pois sabe que vale a pena cultivar boas relações com seus professores! Contatos, querida, contatos!
Te amo como sempre amei.
Au revoir ma chérie!

Um comentário:

Paulo Mendonça disse...

Se eu lesse esse texto em algum outro lugar e sem o nome do autor, diria: "Ué, como que um texto da Bia veio parar aqui?"

Sempre um belo texto ^^