segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sweet Child O' Mine

Algumas coisas que nos teletransportam pra láá das lembranças dos nossos anos dourados na infância são maravilhoosas.
Você pára cansado seu carro num sinal inconveniente e uma criança brincando com uns bonequinhos no carro ao lado te levam de volta 30 anos, em direção àquele menininho levado que não se continha dentro de carros e perguntava toda hora se já estavam chegando. Menos na escola.
Aquela praia que era atravessada correndo agora te tem sentada, calma, para o mar que já não parece tão convidativo com suas águas que agora parecem mais geladas e menos doces. Mas você não pode se prender ao mar nem às lembranças, os seus três filhos estão brincando na beira e dois deles começaram a trocar socos e empurrões. Um dos brigões é sua menininha. Anda, vai lá, levanta antes que alguém se afogue.
Um cheiro leva você de volta a cozinha da vovó fazendo aquele bolo preferido. E era surpresa, então sai correndo de volta pro jardim. Ou lembra aquele quarto em que parecia que o mundo era inofensivo e só girava lá fora. Aqueles lençóis que passaram tanto tempo com você e que depois de alguns anos pararam de cobrir aquela cama. O que será que aconteceu com aqueles lençóis? Você chegou a pedí-los especiais no testamento e eles se foram?
Os cabelos da "tia" da creche parecem os cabelos da sua mãe. Os olhos enchem d'água e você tem vontade de deitar no colo desses cabelos por não poder mais deitar no da sua mãe.
Lembranças lembranças. Te mostram como é doce aquela criança que você esqueceu (não, ainda não está na hora de buscá-lo no colégio). Antes, as provas, os amores, as festas. Depois os compromissos, as contas, o horário apertado do trabalho, as novas crianças, foram empurrando o seu pequeno "eu" (não eu, você) lá pro canto, como suas bonecas no fundo do armário, daonde ele ainda sai contente quando vê algo que goste e que o lembre a você.
E aí está a felicidade. O reencontro de dois importantes "eu" (não eu, você), felizes por sentirem a mesma coisa, por verem a alegria num mesmo ponto.
Vamos lá, o sinal reabriu, a criança do carro ao lado já desapareceu no trânsito "and if I stay there too long I'll probable break down and cry".

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Mendonça disse...

Belíssimo texto,com uma forte característica saudosista(Casimiro de Abreu?).Adoro isso,falar sobre a infância e de como a nossa vida muda ao longo dos anos(eu bem que poderia ter escito este texto).Bem,em resposta ao título e ao conteúdo como um todo,eu diria apenas: "Don't cry"
hahaha


"Que saudade que eu tenho, da aurora da minha vida,da minha infância querida que os anos não trazem mais"


Bjs,Paulie!!!

Cami disse...

ok.
Eu não só quero ,mas como preciso voltar a doce e tão calma infância...
Onde tudo era só uma doce fantasia!